A GUERRA INÚTIL CONTRA OS SIMBOLOS
Os evangélicos são radicais contra a ideia inteligentíssima e a beleza estética do simbolismo (penso que nem todos) Mas esse radicalismo é somente uma teoria esquisita, sem base, sem pé e cabeça. Disso eu não tenho duvidas, mas me espanto sempre com essa arrogância desvairada, mesmo porque em seu livro sagrado alguns parágrafos abominam tais práticas, mas os hábitos da época dos apóstolos mostram o contrário.
Sem símbolos a humanidade não esbanja suas vaidades e os analfabetos ficariam perdidos. Sem eles não se propagam as idéias e as griffes de roupas famosas não teriam como se ressarcir dos famosos valores agregados que a ânsia do consumismo remunera tolamente.
A cruz faz lembrar o sofrimento de Cristo, a corda faz lembrar a forca de Tiradentes, um sapato pode fazer lembrar a sapatada que Bush levou do jornalista amigo de Saddam Hussein. E mais recentemente uma simples bolinha de papel, inofensiva faz lembrar a encenação e o escândalo do candidato Serra num ato público para tentar diminuir a indignação de um manifestante em SP.
As empresas estão repletas desses símbolos, logomarcas espetaculares estão por todas as paredes e placas de ruas e lojas em Shoppings. Os proprios oradores inflamados de Cristo que sao radicalmente contra oratórios, confessionários, cruzes, aprendem na escola como ler e escrever usando simbolos (rssssss).
Simbolos fazem a beleza e irradiam e dão eternidade aos costumes no mundo inteiro. As bandeiras de paises desfilam garbosamente pelas olimpíadas mundiais a cada ano, mais esfuziantes. As da China e Coréia ainda ostentam a foice e o martelo um símbolo do comunismo que parece sobreviver nas sombras dos escombros da antiga URSS. Teimam em mostrar que Socialismo não é apenas uma nomenclatura.
O transito louco das grandes cidades é norteado por símbolos. Ah… se não fossem os sinais de transito? Que seria de nós motoristas sem eles. Um seta indicando sentido obrigatório, pode evitar mortes e acidentes.
O símbolo da morte é uma foice grande, segurada por um velho sem face, uma sombra assustadora, todos vêem e identificam, nada demais, nada contra, nada que ultrapasse uma expectativa triste mas real.
O simbolismo é simplesmente uma arte espetacular e competente de expressão dos seres humanos inteligentes. Combater esse hábito, chega a ser ridículo e porque não dizer inútil. O mundo moderno hoje se move por mensagens inteligentes e símbolos que se fazem presentes em todas as nossas atitudes. E quando você abre a sua caixa postal eletrônica e entra em sua lista de endereços, todos os seus Amigos estarão identificados universalmente pelo mais famoso símbolo do mundo moderno – vocemeuamigo@qualquercoisa.com.br.
Portanto, discordar apenas por discordar apenas para ser diferente, tudo bem. O pior é que conseguem a proeza de roubar fiéis usando de uma tática boba, sem o menor sentido e assim, sem que possamos entender como, crescem assustadoramente. Bateram nos Axés, chutaram a imagem de Aparecida, atacam o uso de crucifixos pendurados no pescoço e agora querem atacar a maçonaria (o olho de Tandera) e os artistas mais famosos de rock, sob o pretexto de que estão a serviço do Diabo, ?? Isso não é muito ético, mas pode ser mais uma tática eficiente.
E eu como analista de coisa alguma, fico observando do meu camarote e anotando item por item, essa “cruzada” moderna e indigesta contra os Apostólicos Romanos em busca de um “Deus verdadeiro” ou um “Deus vivo”. É o mesmo que dizer que durante dois mil anos a igreja católica apresentou-nos um Deus falso? Mentiu? O engraçado é que Jesus permanece intocável, ninguém ousa sequer mudar a cor de sua pele, dos seus olhos azuis e continuam dizendo que ele está vivo e que voltará. No próximo natal ele vai completar mais um aninho. Não sei se digo parabéns e se visto minha capinha vermelha e digo “Rô, rô, rô, Os sinos voltarão a baterem por mim e por todos nós.
Os símbolos falam por si só e esse talvez seja o grande pavor dos novos apóstolos que precisam priorizar o verbo. E sem tags, sem etiquetas, sei não, vão morrer na praia.