Em 29 de outubro de 2013, para comemorar o aniversário de Ponte Nova (147 anos), que transcorre no dia 30 de outubro, plantei com ajuda de servidores da Semam e com a presença do Prefeito Guto Malta e da Secretária de Meio Ambiente, Alessandra Regina Gomes, 25 mudas de (*) oitis ou oitizeiro. Popularmente são conhecidos por oitis (que também é nome do seu fruto), no passeio em frente à Rodoviária Velha.
Fui muito criticado porque as mudas mediam cerca de 0,80 cm e meus algozes diziam que deveriam ser mudas maiores. “Que mudinhas mixurucas. Vai demorar um século para crescer”, zombaram.
Mas, os meus detratores não conhecem nada de árvores. Não sabiam que eu sei que oitis crescem cerca de 01 (um) metro por ano. Precisam de pouca água, têm raízes pivotantes e não estouram passeios, desde que haja área de infiltração, que foi deixada para cada árvore plantada no passeio da margem esquerda do Rio Piranga.
Isto, graças à visão da Arquiteta Renata Esperança e da Engenheira Civil, Daniele Silva, que projetaram o passeio com pavers intertravados, conhecidos por “taquinhos”, pois o primeiro prefeito a implantar este tipo piso nas obras públicas foi Taquinho Linhares.
Desde 2015, cuido pessoalmente dos oitis, podando-o na época cerca, dentro da visão ecológica, implantada em 2008 pelo Codema (eu era o presidente), de que árvores têm que ser podadas entre os meses de março e agosto, estações Outono e Inverno, recomendação de Biólogos e engenheiros Agrônomos e Florestais.
Em dois domingos (18/3 e 25/3/2018) consegui podar 19 (dezenove) árvores, algumas com incríveis 3,5 (três metros e meio) de altura. Os praticantes de caminhada paravam, parabenizavam pelas árvores. Faço isso, com autorização da Semam e como cidadão que gosta da natureza e de protegê-la. Para mim, é como uma terapia, que mesmo assim me deixa meio angustiado quando tenho que cortar um galho mais grosso.
Por mim elas cresceriam do jeito que a natureza concebe. Mas, estamos no perímetro urbano e muitas pessoas começaram a implicar com os oitis da Rodoviária Velha. “Estão tampando a visão das pessoas que querem atravessar a rua”, falam uns.
Caraca! As pessoas têm que ficar atentas. Olhar se vem carro. E eis que na sexta-feira, dia 23/3, um carro esbarrou em uma mulher. Foi a gota d’água! No domingo, dia 25/3, quando podava umas das árvores, uma mulher parou em um carro e me disse o seguinte: “Estas árvores estão atrapalhando as pessoas. Uma mulher quase foi atropelada”.
Ato contínuo, respondi: “agora vão dizer que é culpa das árvores”? É culpa da falta de atenção da mulher. Os carros, ônibus e motocicletas passam rente às árvores. Porque os motoristas não usam o meio da pista? A rua é de mão única e eles têm que abrir a curva para entrar na ponte Arthur Bernardes. É a manobra certa.
Pensei comigo e me lembrei de uma piada: o cara chegou bêbado à sua casa (a culpa é da cachaça?) e pegou sua mulher no sofá com outro. Fulo da vida, no outro dia ele vendeu o sofá. Coitado do sofá! Virou bonde expiatório!
(*)(*) O oiti (Licania tomentosa), também chamado goiti, oitizeiro e oiti-da-praia, goiti-iba, manga-da-praia, milho-cozido, é uma árvore que pode atingir entre oito e quinze metros de altura. A espécie originária da Mata Atlântica é muito utilizada na arborização de várias cidades brasileiras do Nordeste e do Rio de Janeiro. O seu fruto é uma drupa elipsoide ou fusiforme, de casca enrugada, amarelo-escuro quando madura, com cerca de doze a dezesseis centímetros de comprimento e com caroço volumoso e oblongo. A polpa é doce, pastosa, “areiada” feito uma pinha.
É muito usada na arborização urbana por sua copa frondosa, que dá ótima sombra. A sua madeira é de ótima qualidade para diversos usos, como postes, estacas, dormentes e construções civis. Seus frutos são comestíveis, com amêndoas ricas em óleo. Um aspecto notável desta espécie é sua reconhecida resistência aos poluentes urbanos.
Os oitis (frutos) são apreciados pelos humanos, por roedores e macacos, além de pássaros. Estes se escondem em sua densa folhagem e se arriscam a fazer ninhos nos galhos. Fato constatado quando foi feita a poda. Foram encontradas muitas fezes dos pássaros e vários ninhos. A palavra tomentosa, segundo os botânicos quer dizer cheia de pelos.