Cientistas descobriram a partir de estudos com ratos de laboratório que uma pequena molécula lançada na medula espinhal desencadeia um processo que é depois interpretado pelo cérebro como a sensação de coceira. A pequena molécula, denominada natriuretic polypeptide b (Nppb), quando liberada, se conecta seletivamente a uma célula nervosa específica na medula espinhal e então envia o sinal adiante através do sistema nervoso central.
Nos testes, quando a Nppb era removida, os ratos submetidos a uma ampla gama de substâncias indutoras de coceira paravam de se coçar.
A pequena molécula natriuretic polypeptide, quando liberada envia o sinal adiante através do sistema nervoso centralComo o sistema nervoso de ratos e humanos são similares, os pesquisadores dos Institutos Nacionais da Saúde, nos Estados Unidos, afirmam que um biocircuito comparável consta no corpo de cada pessoa. Se eles estiverem certos, esse “mecanismo” tornará possível a localização de uma parte específica do corpo onde estão moléculas que podem ser atingidas com medicamentos para desativar com eficiência a sensação de coceira em milhões de pacientes que sofrem com problemas crônicos, como dermatite e psoríase.
O estudo, publicado online na revista científica Science, também contribui para a solução de uma persistente questão científica. “Nosso trabalho mostra que a coceira, que antes se acreditava ser uma forma leve de dor, é uma sensação distinta conectada exclusivamente no sistema nervoso, com um equivalente bioquímico próprio no cérebro”, afirmou Mark Hoon, principal responsável pela pesquisa.
Apesar da descoberta, pouco se sabe sobre como os neurônios reconhecem as diversas induções sensoriais e como eles as direcionam corretamente ao caminho apropriado até o cérebro.