Na noite da última segunda-feira (13) os representantes do Conselho Deliberativo (Condel) do DMAES (Departamento Municipal de Água, Esgoto e Saneamento) aprovaram reajuste de 10% nas tarifas de água e esgoto da Autarquia, com o objetivo de manter o seu equilíbrio econômico-financeiro.
O reajuste representa um aumento em torno de R$ 3,00 na conta da maioria dos usuários, aqueles que consomem até 15 m³ de água. Para o consumidor que paga a tarifa social (residência com até 50 m² e faixa de consumo de até 10 m³) o valor é ainda menor, apenas R$ 1,22. Vale ressaltar que a mudança nas tarifas só será aplicada nas contas de agosto.
Na reunião de 13/05 o diretor-geral do DMAES, Rogério Pena Siqueira, garantiu que quantia será revertida em melhoria dos serviços prestados à população. Ele apresentou aos conselheiros diversos investimentos que estão previstos para os próximos anos, explicando que o aumento se faz necessário para que os projetos planejados sejam colocados em prática.
“Os projetos estão muito bem encaminhados. Temos a obrigação de fazer os investimentos e manter a funcionalidade do DMAES, nossa rede de água necessita de amplo investimento. É economicamente comprovado que a Autarquia precisa desse aumento. A nossa perspectiva é tornar o Departamento um exemplo para o Brasil”, destacou Rogério.
O reajuste começou a ser discutido na reunião do Condel de 11/05, quando o assessor de Planejamento e Orçamento do DMAES, Nelson Martins dos Santos, apresentou aos conselheiros algumas informações e dados contábeis, como receitas e despesas do Departamento. Ele afirmou que a real necessidade é de aumento em 24,79% nas tarifas, mas por conhecer a realidade financeira dos usuários a diretoria resolveu solicitar os 10%.
Investimentos em projetos
Entre os projetos planejados para 2013 está o Programa de Redução de Perdas, a iniciativa prevê baixar as perdas de água tratada de 50% para 30 ou 20%, o que significa grande economia na produção. O Programa já está em fase final de elaboração do edital de Concorrência Pública e tem prazo de um ano e seis meses – após sua implantação – para gerar os resultados.
Para colocar o Programa em prática são necessários mais de R$ 4 milhões, aplicados em pesquisa tecnológica para detectar os problemas na rede de água – como vazamentos – e reparos em toda sua extensão. Rogério ressalta que a rede também precisa de outras manutenções, como adequação do sistema em sete setores de abastecimento (serão 11 km de ampliação na rede) e construção de redes de distribuição.
Prevê-se também a impermeabilização de reservatórios e na Estação de Tratamento de Água (ETA), num valor de R$ 270 mil; estudo de alternativas para melhorias na captação (R$ 20 mil); e contratação de consultoria para Planejamento Estratégico no DMAES (R$ 130 mil).
Solicitação de financiamento no Ministério das Cidades
Rogério ainda noticiou que solicitou junto ao Ministério das Cidades investimentos de quase R$ 12 milhões para melhorias no sistema de abastecimento de água e ampliação da ETA e mais de R$ 36 milhões a serem aplicados na implantação da Estação de Tratamento de Esgoto/ETE.
O DMAES requereu à Superintendência Regional de Regularização Ambiental da Zona da Mata (Supram) /Ubá, em 09/05, licenciamento ambiental para construção da ETE, que deve ser liberado em aproximadamente seis meses.
Novas tecnologias
Está sendo desenvolvido, através de parceria entre o DMAES e a Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG), um sistema integrado de tratamento de esgoto e também de resíduos sólidos urbanos.
O projeto, considerado inovador, inclui tratamento do lixo orgânico, gerando um composto orgânico que pode ser usado como adubo. Já o esgoto será tratado através de bactérias anaeróbias (que podem viver na ausência de oxigênio), utilizadas para decomposição da matéria orgânica presente nos efluentes, com baixa taxa de geração de lodo. O processo produz um tipo de carvão que será aproveitado como combustível (energia).
Com a implantação do sistema, além de tratar o esgoto da cidade, a ETE vai gerar energia e consequente economia para o Departamento. O projeto não necessita de área extensa para construção, não acarreta em passivos ambientais e elimina geração de chorume. Além disso, permite participação de cooperativas de catadores no processo de separação dos materiais recicláveis do lixo orgânico a ser utilizado.
Ao falar das vantagens da Estação, Rogério destacou que o projeto “é totalmente viável e vale a pena. Vamos ter uma ETE funcionando – tratando resíduos – e aproveitamento energético dos subprodutos provenientes do sistema, viabilizando a utilização do potencial de energia elétrica”, concluiu o diretor-geral.