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Depois de 11 anos, suspeitos de matar por homofobia vão a júri em BH

Onze anos depois do crime, os possíveis responsáveis pela morte do bailarino Igor Leonardo Lacerda Xavier, serão julgados na próxima terça-feira (27). O crime aconteceu em Montes Claros, no Norte de Minas, há 11 anos, e há a suspeita de que Xavier tenha sido assassinado por ser homossexual.

Em uma noite de 2002, a vítima foi atraída para o apartamento de um homem que se dizia apoiador da arte. Entretanto, tudo não passava de emboscada, e o jovem, que completaria 30 anos dias depois, foi atingido com tiros.

Os acusados Ricardo Athayde Vasconcelos (pai) e Diego Rodrigues (filho) estão em liberdade. Na época do crime, em depoimento, Ricardo Athayde Vasconcelos disse que matou o bailarino porque tinha horror a homossexuais. “O Igor foi morto por homofobia”, resume o poeta Aroldo Pereira, amigo próximo do bailarino.

Para a ex-desembargadora e presidente da Comissão da Diversidade Sexual da Ordem dos Advogados do Brasil (OAB), Maria Berenice Dias, o reconhecimento desse tipo de motivação não pode ficar oculta. “Por causa da covardia do legislador não temos uma lei que proteja os homossexuais. É importante que as pessoas denunciem e os juízes fiquem atentos a esse tipo de motivação”, defende.

Para Berenice, esse julgamento, é algo inovador, já que ela nunca presenciou outro durante sua carreira.

Julgamento histórico

O advogado criminalista Leonardo Bandeira também relatou que nunca ouviu falar de um julgamento semelhante em Belo Horizonte. Bandeira é advogado há 17 anos. “É uma questão muito nova. Como o homicídio tem qualificadores, os réus podem ser condenados a uma pena que varia entre 12 e 30 anos”, explica.

O jurí será formado por sete pessoas. O grupo definirá se os homens são culpados ou inocentes e o juíz vai arbitrar a pena. 

 

O Tempo