Os produtores conseguem até R$500 milhões por ano, com a venda de açaí na região da Amazônia, com destaque para o Pará. Mas intensificar a produção excessiva pode ser um tiro no pé e pode acabar com a galinha dos ovos de ouro, ou melhor, acabar com as abelhas responsáveis pela polinização dos açaizeiros.
Esta é uma pesquisa da Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária (Embrapa) que mapeou a ação das abelhas em diversas propriedades produtoras da região Norte. No caso, o desmatamento para plantar só açaizeiro desregula o ambiente natural e faz com que os frutos (açaí) diminuam a polpa. O certo é manter a mata existente e colher os frutos das árvores que cresceram naturalmente em áreas alagáveis. Neste caso, o rendimento é muito maior e a polpa saudável.
“O produtor rural muitas vezes pensa e age como se a Reserva Legal fosse um passivo, algo que ele não pode aproveitar. A gente vê o contrário. A mata nativa é um ativo que se transforma em financeiro. Foram pesquisadas 18 propriedades na Amazônia e a descoberta é uma alerta”, diz o pesquisador da Embrapa, Cristiano Menezes.
No caso do açaí, a relação entre a perda de polinizadores naturais e diminuição de produção, com cachos de açaí menos generosos, é o esperado. Coisas parecidas já foram detectadas em plantações de café, que também se beneficiam das matas no entorno.
Agora, pesquisadores da Embrapa descobriram que colocar certo tipo de abelha no açaizeiro pode aumentar a produtividade dos frutos da palmeira em até 40% – e o açaí depende de polinizadores para seu processo reprodutivo natural. Essa “abelha ideal”, conhecida por apicultores como “abelha-canudo”, ainda está em fase de descrição taxonômica. É uma abelha sem ferrão, produtoras de mel e criadas em larga escala dentro e fora do Brasil.
Nota deste espaço:Inexplicavelmente aconteceu no dia 6 de maio, a corrida de São Sebastião. Deveria se chamar Corrida do Mês de Maria. Aos organizadores a seguinte pergunta: Por que a corrida não foi realizada dia 20 de janeiro, dia do padroeiro da cidade? Eles insistem em realizá-la no mês de fevereiro, mas este ano, foram além das expectativas. Estou sem paciência!
