No artigo da semana passada (02/06/20-2017) abordamos a abrangência dos benefícios das plantas medicinais. Como havia dito e escrito, o uso das ervas medicinais não se dá apenas por ingestão líquida, mas diversas outras formas, tais como: banho, pomada, compressa, maceração, óleos, tintura, inalação, cataplasma e gargarejo. Elas são muito usadas na culinária, realçando o gosto e provocando cheiros que atraem o paladar.
As “plantas que curam” podem ser cultivadas em casa. No terreiro, mas também em vaso. A propagação pode ser sexuada (com uso das sementes) e assexuada (com o uso de estruturas vegetais, as chamadas estaquias, pedaços de galhos). As sementes só podem ser colhidas quando estão completamente formadas e secas. Use sempre saco de papel para que elas sejam beneficiadas. Não se recomenda sacos plásticos que expelem calor e soltam substâncias que modificam a essência da semente.
Para instalar sua horta medicinal é preciso verificar se o local recebe sol o dia inteiro, próximo da casa para ficar mais fácil cuidar das plantas. O solo precisa ser leve (fofo) para que as raízes tenham facilidade para se desenvolve. É sempre possível melhorar o solo, incorporando esterço para fornecer nutrientes. A aplicação de nitrogênio é recomendada durante o período de pico de crescimento. Se você conhece algum Engenheiro Agrônomo peça-lhe ajuda.
Após corrigir e adubar o solo, deverá partir para o plantio. Não há regras para a maioria das plantas medicinais, mas deve-se evitar a monocultura (plantio de uma só espécie). É melhor associar algumas delas. Por exemplo: hortelã, cebolinha, coentro, agrião e alho. Sálvia e alecrim se complementam. Mas em um terreiro maiorzinho pode-se plantar pitanga e boldo. Pequenos arbustos. Perceberam?
Existem “plantas que curam” que são místicas. Da romã (punica granatum) é bom que suas sementes sejam degustadas na virada do ano, garantindo bolso recheado de dinheiro o ano inteiro. Mas, suas sementes podem ser transformadas em delicioso ingrediente na cozinha servindo como molho, sucos e chás. A romã traz inúmeros benefícios. Além de combater hipertensão e prevenir contra problemas cardiovasculares.
Outra planta mística é a espinheira-santa (maytenus ilicifolia). Existem registros de seu uso, a partir de 1930, para tratamento da má digestão, úlceras e gastrites. Serve para curar lesões na pele e feridas. Relatos em revistas de medicina e de ciências dão conta de que é muito usada na Argentina como auxiliar no tratamento de infecções urinárias e respiratórias, diarreias, asma e também para induzir a menstruação.
(*) Ricardo Motta é jornalista, escritor e poeta e ambientalista desde 1977.