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Esquema criminoso de remoção de órgãos no Sul de Minas contava com nove médicos

Teve início, nesta quarta-feira (31), o julgamento dos três médicos envolvidos em um esquema de tráfico de órgãos, em Poços de Caldas, no Sul de Minas. No ano de 2000, Sérgio Poli Gaspar, Cláudio Rogério Carneiro Fernandes e Celso Roberto Frasson Scafi, removeram os órgãos de uma criança de 10 anos, antes mesmo da morte dela. O pai da vítima disse que espera pela condenação dos médicos há 13 anos.

Segundo o Tribunal de Justiça de Minas Gerais (TJMG), na ocasião, os médicos retiraram os rins, o fígado e as córneas do garoto Paulo Veronesi Pavesi na Irmandade Santa Casa de Poços de Caldas. Paulo foi levado para a unidade após cair do prédio onde morava. Para realizar a remoção dos órgãos, o trio forjou um atestado de morte cerebral no garoto.

Ainda de acordo com o TJMG, outros quatro médicos teriam participado da retirada dos órgãos da vítima, sendo eles José Luis Gomes da Silva, Marco Alexandre Pacheco da Fonseca, José Luis Bonfitto e Alvaro Ianhez. No processo, todos os médicos negam as acusações e alegam que não se anteciparam em decretar a morte do garoto. Ao todo, nove médicos estariam envolvidos no esquema.

Os acusados irão responder pelo crime de remoção de órgãos com o agravante de ter sido realizado em uma pessoa viva, causando a morte dela. Durante a audiência, foram ouvidas 20 testemunhas, sendo 14 de defesa e 6 de acusação. Os depoimentos dos médicos estão previstos para acontecer nesta quinta-feira (1°). Depois disso, o Ministério Público (MP) e a defesa terão cinco dias para apresentar as suas alegações finais. Após essa fase, será pronunciada a sentença pelo juiz Narciso Alvarenga de Castro.

Outra vítima

Em abril deste ano, Fernandes e Scafi chegaram a questionar na Justiça a atuação do magistrado, com base em outro processo, julgado no dia 19 fevereiro. Na época, os dois profissionais e os médicos João Alberto Brandão e Alexandre Zincone foram condenados a penas de 8 a 11 anos de prisão cada um pela morte do trabalhador rural João Domingos de Carvalho, de 38 anos. Segundo o TJMG, o grupo realizou irregularmente um transplante e a remoção dos órgãos do paciente. Neste caso, todas as penas foram determinadas em regime fechado, mas os réus vêm em recorrendo em liberdade.

O TEmpo