O sonho de viajar para a Europa ou comprar produtos europeus está cada vez mais distante para muita gente. Afinal, não é apenas a cotação do dólar que está nas alturas. A moeda adotada em boa parte do continente europeu estava, até ontem, 14,6% mais valorizada neste ano. E a culpa, segundo especialistas, é da alta do dólar frente ao real, que chega a 15,9% neste ano. “O euro está pegando carona na alta do dólar”, observa o professor de economia da Universidade Presbiteriana Mackenzie Pedro Raffy.
Síria derruba bolsas mundiais
A venda do euro comercial chegou a R$ 3,17. Para quem vai viajar e precisa adquirir o euro turismo, o valor é mais salgado, R$ 3,32 na venda. As casas de câmbio chegam a cobrar absurdos R$ 3,42. O professor de economia da FGV/IBS Mauro Rochlin diz que o dólar se destaca na comparação com outras moedas estrangeiras no Brasil, já que mais de 90% das transações do país com o exterior são realizadas em dólar. “Hoje, existe uma correlação entre o euro e a moeda norte-americana. O euro caminha de mãos dadas com o dólar. Só que o impacto expressivo na economia, que interfere nas importações e na inflação do Brasil, é referente ao desempenho do dólar.”
O diretor da Associação Nacional dos Executivos de Finanças (Anefac), Miguel Ribeiro de Oliveira, salienta que os reflexos da alta do euro na economia são mais restritos e se concentram em empresas que fizeram dívidas em euro ou importam produtos de países do continente e ainda quem vai viajar. “Para quem pretende viajar, o ideal é ir comprando aos poucos a moeda. Assim, você pega várias cotações diferentes. E não compra num dia em que a moeda subiu muito”, diz. Ele ressalta que é complicado fazer previsões. Mas estima que, até o final do ano, o dólar deverá ficar no patamar de R$ 2,50, enquanto que o euro deve variar de R$ 3,40 a R$ 3,50.
O Tempo
