Em 2006, um grupo de ambientalistas procurava respaldo na Câmara Municipal para acabar com a famigerada capina química. O atual prefeito, Wagner Mol, era o presidente do Legislativo. Tinha nas mãos o projeto que alterava totalmente o Código de Posturas, colocando em seus artigos avanços ambientais, como inserir o Codema na aprovação ou não de corte de árvores em vias públicas. Os vereadores desta legislatura retrocederam ao aprovar uma emenda que retira esta prerrogativa do órgão ambiental do município.
Os ambientalistas conseguiram respaldo junto ao vereador Dr. Anselmo Vasconcellos, que inseriu 02 (duas) emendas no Código de Posturas: proibição à queima da palha da cana de açúcar e também da capina química. Wagner Mol Guimarães afirmou que não deixaria a presidência do Legislativo sem aprovar o Projeto de Lei nº. 2.413/2005, que alterava a Lei 1397/87, que dispunha sobre o Código de Posturas do Município de Ponte Nova.
O Código de Posturas foi sancionado no dia 7 de janeiro de 2007 pelo prefeito Dr. Taquinho Linhares e a lei recebeu o número 3.027/2007. Pressionado por diversos setores, inclusive por seu secretário de meio ambiente, o prefeito preferiu atender aos apelos dos ambientalistas e não vetou os artigos. Eu era o presidente do Codema e comemorei.
Em novo embate em 2011 (curiosamente eu era o dirigente do Codema e fui designado por Joãozinho de Carvalho para ser Diretor do Parque Natural Municipal Tancredo Neves), o executivo enviou para a Câmara Municipal projeto de lei restabelecendo o uso da capina química no perímetro urbano. Na ocasião distribui para todos os vereadores cópia de Nota Técnica da Agência Nacional da Vigilância Sanitária (ANVISA) que proíbe a capina química em áreas urbanas, por ser prejudicial ao meio ambiente e fazer mal à saúde do aplicador.
O fantasma volta a assombrar volta e meia, por estas bandas do Vale do Rio Piranga. Dirigentes públicos pressionados pela população que quer capina rápida em seus bairros, defendem sorrateiramente a volta da capina química. E agora, encontraram sonoridade no vereador Sérgio Ferrugem, que usou a Palavra Livre da Câmara para defender a aberração.
Ora, ora, se houver a prática da capina química, vão acabar as frentes de trabalho, um dos melhores e mais eficientes programas do governo municipal, que permitem a inserção de pessoas pobres, carentes, vulneráveis socialmente, açodados por drogas e violência doméstica. Estas pessoas encontram dignidade, pagam suas contas de água e luz, aluguéis atrasados e ainda consegue dinheiro para melhorar a sua cesta básica. Êta Valéria Alvarenga, danada!
Em 2010, a ANVISA proibiu de vez a capina química em área urbana, com a publicação de uma nota técnica informando que não há nenhum produto no mercado que esteja registrado e/ou autorizado para ser utilizado como herbicida (controle de ervas daninhas) ou de pragas em áreas urbanas no território brasileiro.
A capina química em área urbana ainda é comum nos municípios brasileiros. A falta de esclarecimento da população, a irresponsabilidade de algumas pessoas e a conivência ou omissão dos órgãos ambientais favorecem a manutenção desta prática.
Cabe daqui fazer um apelo ao vereador Sérgio Ferrugem, que vem se notabilizando por indicações sérias e sociais: mande esta ideia para o espaço e proteja as pessoas, a vida animal e as águas que deixarão de ser contaminadas com produtos da Monsanto!