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IBAMA COLABORA PARA A CULTURA DA PRISÃO DE PÁSSAROS SILVESTRES

             Recente reportagem de nível nacional “chocou” a opinião pública e principalmente os ambientalistas. Que muita gente sabia é fato, mas as pessoas mais simples e que amam a natureza e os bichos mais proximamente não sabiam. O IBAMA/Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e Recursos Naturais Renováveis autoriza pessoas e empresas para criar pássaros e realizar sua comercialização com anilhas. Assim está legalizada a prisão de pássaros.

            Ao adquirir uma ave/pássaro de um Criador Comercial, o animal vem com nota fiscal em seu CPF junto com o documento de registro da ave no IBAMA e número de registro do estabelecimento comercial junto ao IBAMA. O documento recebido no ato da compra isenta você da necessidade de registro no IBAMA como criador amador, te dando todos os direitos de ter o pássaro em mãos, podendo circular com ele livremente dentro do estado que o adquiriu, necessitando de laudo veterinário nas viagens interestaduais, sendo proibida a exportação.

            Pois, bem. Discordo frontalmente deste tipo de legalização orientada pelo IBAMA. Isto fere os princípios e direito dos animais e estimula a cultura na comunidade de que sendo “legalizado” pode prender. É preciso que apareça um parlamentar e uma frente nacional que apoiem esta causa, para impor legislação mais rigorosa neste sentido. Os pássaros não podem ser comercializados para dar uma alegria falsa a quem compra. Não é estranho? O ser humano vai preso por cometer crime. Já o IBAMA legaliza a prisão dos pássaros. Mas eles, os pássaros foram enquadrados em qual artigo da lei para serem presos?

            O mesmo ocorre com a prisão de animais exóticos. Aí a coisa é mais complicada porque estes passeriformes não podem ser soltos na natureza, o que criaria uma situação de hibridismo, podendo com isto afetar a população de  ambas as espécies. Tem mais: os animais exóticos, digo apenas pássaros e aves, não conseguem sobreviver na natureza. Mas como eles chegaram aqui no Brasil? Periquitos australianos, canários belgas, ave-do-paraíso, etc?. O canário-da-terra, popularmente conhecido como “chapinha” pode ser preso em outros países. Isto acontece hoje porque as autoridades federais faziam “ouvidos moucos e olhos cegos” para o tráfico internacional de animais silvestres.

            No meu entendimento, caberia ao IBAMA somente autorizar criatório de pássaros e animais silvestres que estão em risco de extinção, com a finalidade única de libertá-los na vida selvagem e aumentar sua população, restituindo o equilíbrio global e regional. Neste caso, defendo que o IBAMA conceda verbas específicas para estes Criadores Ecológicos, que terão gastos com manejo e contratação de profissionais técnicos como Biólogos e Médicos Veterinários. Os criadouros ou viveiros deveriam ter dimensões adequadas e apresentar um ambiente próximo do natural: com arbustos, água corrente e solo permeável, de preferência gramado.

            Logicamente que este pensamento não é de critica em forma de acusação ao IBAMA. Ponto de vista pessoal, atendendo reclamações de várias pessoas simples que me procuraram após ver a reportagem em algum canal de televisão brasileiro. A forma de agir do IBAMA é ainda a maior barreira contra o tráfico internacional de animais silvestres, mas a política de combate a este tipo de crime ainda não é o desejado por quem defende os animais silvestres.

            Na verdade, deveríamos romper com esta prática de prender pássaros, primeiramente destruindo todas as gaiolas existentes e adotando o seguinte slogan: “QUERO O BICHO SOLTO!”.