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ÍNDIOS MUNDURUKUS QUEREM EXPULSAR GARIMPEIROS ILEGAIS NO PARÁ

          Atividades de extração ilegal de ouro no Rio das Tropas estão prejudicando cerca de mil índios da Terra Indígena (TI) Munduruku, na região do Alto Rio Tapajós, no sudoeste do Pará. A situação é denunciada pelas lideranças indígenas da região. Eles afirmam que o garimpo – que está aberto há mais de dois anos – trouxe doenças aos indígenas como a malária e a diarreia.  Além disso, a garimpagem provoca o assoreamento e o desvio do curso de rios e igarapés importantes para a rotina dos Munduruku. 

          O presidente da Associação Indígena Pussuru, Adaisio Kirixi Munduruku disse à agência Amazônia Real que o garimpo no Rio das Tropas já resultou em grandes danos ambientais, como a derrubada de centenas de árvores e a morte de igarapés que eram utilizados na rotina dos indígenas. “Os igarapés eram importantes para nós, pois eles serviam para a pesca e para a viagem de pequenas embarcações indígenas”, lamentou a liderança.

          A Terra Indígena Munduruku é homologada e tem 2.382 mil hectares, onde vivem mais de 6.518 pessoas, entre eles, índios Apiaká, que são do tronco linguístico Tupi-Guarani. Segundo informações do site Amazônia, com reportagem de Márcio Camilo, da Agência Amazônia Real, a população total dos índios Munduruku é de mais de 13.700 pessoas, ocupando mais de 12 territórios entres os estados de Mato Grosso, Pará e Amazonas. De acordo com a Fundação Nacional do Índio (Funai), no entorno da região do garimpo na TI Munduruku há 17 aldeias onde vivem 217 famílias (ou 990 pessoas).

            O garimpo ilegal não tem fiscalização, sendo responsáveis por danos incomensuráveis aos rios e cursos d’água, uma vez que não existe fiscalização adequada. Ponte Nova pode se orgulhar de ter legislação proibindo o garimpo no Rio Piranga. Está na LOM-Lei Orgânica Municipal, aprovada em 1990. A introdução do artigo na LOM aconteceu em decorrência e ações articuladas pelos ambientalistas locais, tendo à frente Hélcio Totino, este articulista (Ricardo Motta), Carlota Colaço, entre outros. O autor da emenda foi o vereador Zezé Bueno (1989-1992).

            O combate ao garimpo em Ponte Nova teve ações enérgicas da Polícia Militar do Meio Ambiente, inicialmente com o sargento Apolinário, que recebeu o título de Cidadão Honorário de Ponte Nova, o ano passado por indicação do vereador Sérgio Ferrugem. Em seguida atuaram o sargento Alves e por fim o sargento Miguel. Na década de 90, outro ator foi importante para afastar os garimpeiros de nossas águas territoriais: o Promotor de Justiça Arlindo Vieira Gabriel, o primeiro representante do Ministério Público a atuar como Curador de Meio Ambiente em nossa Comarca.