O investigador de polícia Lúcio Lírio Leal, de 22 anos, foi preso nesta terça-feira (19) em Ipatinga, no Vale do Aço, suspeito de ter participação direta no assassinato do jornalista Rodrigo Neto. A prisão temporária dele foi expedida pela Justiça nessa segunda-feira.
A reportagem de O TEMPO entrou em contato com a assessoria de imprensa da Polícia Civil, que não soube informar se Lúcio seria o assassino. Nessa segunda-feira, a corporação divulgou nota afirmando saber quem é o responsável pela morte do jornalista. A identidade do criminoso seria divulgada nos próximos dias.
Além dele, já está preso Alessandro Augusto Neves, de 31 anos, conhecido como Pitote. Ele havia sido condenado por tentativa de homicídio e preso na última sexta-feira (14). Quando abordado pelos policiais, ele estava armado com uma pistola calibre 380, motivando sua prisão também por porte ilegal de arma. Nessa segunda, a Justiça expediu o mandado de prisão temporária, solicitada pela Polícia Civil devido ao envolvimento no assassinato do jornalista.
Segundo a Polícia Civil (PC), Lúcio Leal entrou para a Polícia Civil em 30 de junho de 2010, após ser aprovado em concurso público e concluir o curso de formação na Acadepol. Nos quase três anos como policial, ele sempre atuou em delegacias de Ipatinga e de outras cidades da região. Lúcio Leal não possui qualquer processo na Corregedoria-Geral da instituição. Já Alessandro não tem profissão definida e ficou conhecido por ter muita proximidade com policiais, principalmente na cidade de Coronel Fabriciano.
Até o momento, oito policiais suspeitos de terem envolvimento com outros crimes na região do Vale do Aço tiveram prisão temporária decretada, sendo seis policiais civis e dois militares. Dos seis policiais civis, um médico-legista de Ipatinga obteve alvará de soltura da Justiça, uma vez que as investigações apontaram que ele não possuía qualquer envolvimento com os casos sob investigação. Os demais tiveram a prisão temporária renovada e continuam presos por suspeita de envolvimento em outros crimes.
A equipe do Departamento de Investigação de Homicídios e Proteção à Pessoa (DHPP), responsável pela apuração do assassinato, ainda conclui os últimos levantamentos a respeito da morte do jornalista. Nos próximos dias devem ser divulgadas a motivação e a dinâmica do crime.
Entenda o caso
O jornalista Rodrigo Neto foi assassinado com dois tiros, disparados por homens em uma moto de cor escura, na avenida Selim José de Sales, uma das mais movimentadas da cidade, no dia 8 de março deste ano.
Em seu trabalho como radialista, Neto investigava a ligação entre homicídios e desaparecimentos ocorridos entre 1992 e 2013. Em todos os casos, havia suspeita de participação de policiais civis e militares.
O Tempo