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Justiça decreta prisão preventiva de ex-marido suspeito de matar juíza mineira dentro do fórum

O Tribunal de Justiça do Mato Grosso (TJMT) decretou neste sábado (8) a prisão preventiva de Evanderly de OIiveira Lima, acusado de matar a ex-mulher, a juíza Glauciane Melo. A magistrada foi executada dentro do Fórum da Comarca de Alto Taquari. O decreto partiu do juiz Pedro Davi Benetti que, após a tragédia, responde pela comarca. A magistrada era mineira de Conselheiro Lafaiete, na região Central do Estado e já foi servidora do Fórum Lafayette, em Belo Horizonte.

Glauciane Chaves de Melo, de 42 anos, foi assassinada a tiros nessa sexta-feira (7). Moradores da pequena cidade, de 8 mil habitantes, estão chocados com o crime. Na decisão, o juiz Pedro Davi Benetti ressalta que existem “indícios suficientes de autoria e materialidade do crime por parte do acusado”. Também afirma que a medida é necessária para a manutenção da garantia da ordem pública.

A arma utilizada por Evanderly foi localizada. O revólver calibre 38 foi encontrado no gramado do Fórum, provavelmente jogado pelo autor no momento da fuga. A juíza foi atingida por dois disparos. Segundo a assessoria de imprensa da Polícia Civil, toda a região está cercada para evitar que o acusado fuja. Policiais civis e militares de toda a região foram deslocados para o município de Alto Taquari para auxiliar nas buscas, que conta com o apoio da Força Tática.

O presidente da Associação Mato-grossense de Magistrados (Amam), desembargador Carlos Alberto Alves da Rocha, designou o juiz José Arimatéa Neves Costa, da Comissão de Prerrogativas, para acompanhar o caso.

O corpo da juíza foi levado ainda na sexta-feira à tarde para Cuiabá, onde passou por necropsia. O velório foi realizado de 7h30 às 9h30, no Plenário 1 do Tribunal de Justiça de Mato Grosso. A cerimônia contou com a presença de magistrados, servidores, parentes e amigos da magistrada. O corpo foi levado para Belo Horizonte e, na sequência, será transferido para Conselheiro Lafayete. O presidente do TJMT viajou para Alto Taquari para acompanhar o traslado. O enterro está previsto para acontecer no Cemitério Nossa Senhora da Conceição, às 17h.

O juiz auxiliar da Corregedoria-Geral de Justiça, Jorge Luiz Tadeu Rodrigues, e o juiz da Segunda Vara Criminal de Cuiabá, Geraldo Fidelis, estão em Belo Horizonte (MG) para acompanhar o enterro. Os dois irão representar o presidente do Tribunal de Justiça de Mato Grosso, que viajou para Alto Taquari, juntamente com o corregedor-geral, Sebastião de Moraes Filho e o juiz auxiliar da presidência, Luiz Octávio Sabóia, para acompanhar de perto as investigações.

Manifestações
O assassinato da juíza provocou grande tristeza em todo o Judiciário Estadual. Em nota publicada no site do Tribunal de Justiça do Mato Grosso, a Corregedoria-Geral da Justiça lamentou a morte da juíza. O corregedor, desembargador Sebastião de Moraes Filho, prestou solidariedade aos familiares da magistrada. O presidente do Tribunal, Orlando Perri, também manifesta profundo pesar pelo falecimento de Glauciane Chaves de Melo.

O presidente do Tribunal decretou luto oficial de três dias, a partir desta sexta-feira. Na comarca de Alto Taquari, onde a magistrada atuava, também foram suspensos o expediente e os prazos processuais. Na segunda-feira os prazos voltarão a correr normalmente.

Histórico
Glauciane Chaves Melo tomou posse no Mato Grosso em 15 de junho na comarca de Alto Taquari. Ela concluiu o curso de Direito em1998, pela Faculdade de Direito Milton Campos, na cidade de Nova Lima. Depois de formada atuou em seu próprio escritório de advocacia, como assessora de juiz de direito e em seguida como assessora de desembargadora. Antes de se formar, atuou como professora primaria e professora de Língua Portuguesa.

 

Atualizada às 11h

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