No dia 1º de janeiro de 2022, plantei uma muda de(*) aranto, espécie de origem africana, da família das suculentas. O ato ecológico foi filmado pelo vendedor de frutas e legumes na Rua João Batista Viggiano (Triângulo), Paulo Nicolau, e aconteceu ao lado do ipê-verde que ajudei a plantar em 30 de janeiro de 2015, na margem esquerda do Rio Piranga (Vila Centenário). A muda estava em um vasinho e foi doada pela Júlia, esposa do Orlando, que possui um bar e mercearia na “boca” do Pontilhão de Ferro.
No sábado, 1º de janeiro, pela manhã (antes de plantar o aranto) na redação do Líder Notícias, buscando informações na página do Facebook da Prefeitura de Ponte Nova, encontrei uma informação que me irritou profundamente. Uma reunião de trabalho entre representantes do Poder Executivo e a Polícia Militar, em 30/12/2021 (mais informações na página 14), chegou-se à conclusão que haverá substituição de árvores no entorno da Rodoviária Nova para ajudar na segurança.
Também quiseram fazer isso no entorno da Rodoviária Velha, em 2016, mas o Codema (Conselho Municipal de Conservação e Defesa do Meio Ambiente) barrou por entender que bastava iluminar o local de forma mais adequada e manter a poda para evitar que as lâmpadas ficassem entre as folhas e galhos. Mas, em outro governo, já em 2019, cortaram as 04 (quatro) sibipirunas do ponto de táxi, com 10 metros de altura e mais de 50 anos de existência. No local plantaram umas “arvrinhas”!
Há que se louvar o trabalho que vem sendo realizado pela Semam (secretaria municipal de Meio Ambiente), pasta comandada pelo engenheiro civil, pós-graduado em Meio Ambiente, Bruno do Carmo: Projeto Ponte Nova + Verde; Projeto Piranga Conservador (construção de barraginhas, cercamento de nascentes e plantios diversos); doação de mudas de árvores nativas e frutíferas para produtores rurais, e notadamente para a criação de uma Unidade de Conservação em Copacabana, onde mais de 1.000 mudas já foram plantadas.
Mas fica o desafio para ele, o Bruno do Carmo: quando pedirem coisas descabidas, negue. Esta medida na Rodoviária Nova extrapola o bom senso. Ordens absurdas devem ser desobedecidas. Eu fiz isto a vida inteira. Em 2007, o prefeito Taquinho Linhares me pressionou para cortar todas as árvores frutíferas e casuarinas nas margens do Rio Piranga. O Codema negou. E olha que eu era seu assessor de Imprensa. Coloquei em risco meu emprego, mas o Prefeito entendeu que eu estava certo e ponto final!
Faça o mesmo, Bruno do Carmo: diga não ao cortes das árvores na Rodoviária Nova e prove que a natureza é mais importante. A segurança não se faz com corte de árvores, mas com ações efetivas e coordenadas!
(*) A Bryophyllum daigremontianum, ou aranto, também conhecida como calanchoê ou mãe-de-milhares, é uma planta suculenta nativa da Ilha Madagascar. Ela se distingue pela capacidade de reprodução vegetativa, através de brotos que crescem em suas folhas, e que caem no chão, continuando a propagação. Africanos a usam contra inflamações e infecções. Estudos apontam para ajudar na cura do câncer.
