Absorventes sustentáveis ajudam meninas africanas a ficarem na escola. Uma em cada 10 meninas africanas não vai à escola durante menstruação. Iniciativas sociais têm desenvolvido absorventes para evitar situação
Li a reportagem em um portal de notícias, e provocando a situação, comecei a analisar outra questão. Recentemente escrevi aqui neste espaço, a questão do sangue menstrual que pode ser retornado para a natureza. Algumas pessoas mais avançadas, falam em beber o sangue menstrual, prática ainda pouco conhecida, mas alardeada por civilizações antigas.
A importância do papel da mulher na sociedade vem só crescendo e a palavra empoderamento feminino é pule de 10 (expressão muito usada no meio turfístico para designar que o cavalo X é uma verdadeira barbada). Ôpa! Barbada? Cabelo? Pelos pubianos?
Bem, mas não terminei o assunto do Empoderamento Feminino. Aí elas, as mulheres, resolveram que a depilação é fundamental na vida atual. Embora não exista comprovação científica de que é boa para saúde delas. Deles também, pois tem homem que é metrossexual e depila tudo.
“Os médicos não acreditam que depilar os pelos pubianos traga benefícios para a saúde”, afirmou à BBC, emissora de TV de Londres, a médica Luisa Dillner, que publicou na semana passada um artigo chamado “É mais higiênico depilar o pelo púbico?”, no jornal britânico The Guardian.
No artigo, a médica Luisa Dillner acrescenta: “a depilação faz com que a presença de piolhos seja menos provável. Mas aumenta o risco de infecções devido aos pequenos cortes que acontecem na área do púbis”. Ela esclareceu que a depilação total deixa o púbis sem defesas. E acrescenta: “seu púbis é um assunto seu. Mas o pelo pubiano está aí por uma razão: para proteger seus genitais da fricção e de infecções. É mais higiênico não raspar”.
Ecologicamente, acho que depilar os pelos pubianos prejudica o meio ambiente sensivelmente. Usa-se cera e folhas de depilação para arrancar os pelos. Isto tudo vai, muitas das vezes, para vasos e com descarga levados para córregos e rios. São milhões de fios de cabelo, cera e folhas jogados na natureza. Cabelos para dar e jogar fora. Cruz credo!
Esteticamente não concordo, pois acho que a região pubiana feminina fica muito mais charmosa e atraente com os pelos. Mas, gosto não se discute. Há quem goste dos olhos e outros da remela.
Mas, voltando ao caso da menstruação e as meninas africanas, aí é que a mulher mostra estar aliada ao meio ambiente. Sue Barnes, que cresceu na África, descobriu que garotas de famílias pobres estavam faltando na escola a cada menstruação porque não podiam comprar absorventes. “As garotas estavam perdendo uma semana de escola por mês”, diz Sue, de 49 anos.
Desde então, ela (Sue Barnes) começou a se dedicar à causa de que nenhuma garota sul-africana tenha que perder aulas por causa da menstruação, desenvolvendo um kit reutilizável de absorventes e calcinhas. Por US$ 16, cerca de R$60,00, é possível comprar um kit com três calcinhas e nove absorventes reutilizáveis. Os produtos são consideravelmente mais baratos do que os absorventes vendidos nas farmácias, pois podem ser usados durante anos.
Os absorventes são laváveis e se encaixam nas calcinhas com clipes. Duram aproximadamente cinco anos. Sue arrecada doações por meio de sua ONG “Project Dignity” (Projeto Dignidade) e fabrica kits para serem distribuídos nas escolas.
No Quênia, o empreendedor Barlay Paul Okari está produzindo absorventes baratos e reutilizáveis para o mercado da África Oriental. Em Ruanda, a ONG Sustainable Health Enterprises (SHE) está produzindo absorventes baratos com o uso da fibra do caule da banana.
Aí terminamos nosso artigo, dizendo o seguinte – Não à depilação pubiana feminina, pois prejudica o meio ambiente. Sim para absorventes sustentáveis, para que as mulheres ovulem em paz!
