NAFTALINA NO GUARDA ROUPA E NA POLITICA
E a partir do momento que o Procon escorrega na bolsa do futuro e nas reservas de mercado, e suas atendentes se tornam meras secretárias pra resolver problemas existenciais dos consumidores vitimas de monopólio, cartel e extorsão, o jeito é ficar na expectativa de que até as múmias do Egito sejam desnudadas para suprir necessidades emergentes.
Se abraçarmos a idéia de que os Brasileiros das classes C e D vão gastar mais dinheiro com vestuário e a “pobre” China vai consumir todo algodão que produz, então estamos fritos e vamos ter que retornar aos tempos das “tangas”. A não ser que os manifestantes infectantes e intolerantes do PSDB que invade as ruas com a bandeira invisível do Aébrio Never, tenham sucesso e se reelejam. É que eles gostam de salário mínimo de 100 dolares. RSS.
Em tempos de guerra com espiões traindo o Tio Sam e a Venezuela arrotando asilo político abertamente, os turbantes possivelmente tenham que ser substituídos pelos chapéus de palha “made in Brazil”. O Fio 200 fica sepultado com todos os delírios da Dudalina, porque somente barbantes podem segurar a indumentária no deserto do Saara e o sisal da Bahia, nem pensar.
E assim já começou a guerra contra os valores agregados em Londres: Prenderam tempos atrás um tal John Galliano sob a alegação de que ele estava promovendo insurreição na terra dos Faraós, entupir o canal de Suez e outras loucuras mais. Que nada, ele na verdade estava mesmo é pensando em fazer uma roupinha nova pra Barbie e isso hoje pode ser uma grande bobagem ou um crime de guerra.
Se nossas camisas não podem mais contar com os fios Egípcios, aquele tecido pra curativo que a São Geraldo Fabrica e que é usado como forro de bolso com 50% de poliéster, pode ser a médio prazo a melhor cambraia que teremos para uma camisa social de luxo, leve, econômica e durável.
Não se pode chamá-lo de pano de guarda-chuva, porque ele tem um fio lá e outro cá, e parece mais os curativos de hospitais. Triste sina pelo menos a nossa de comedores de angu e lobrobô, Tupiniquins copiadores de moda do velho continente catando retalhinhos no Lafayette em Paris e assim o projeto de ressurreição do linho fica quase que enterrado definitivamente.
Numa dessas, o algodão novamente vira tergal que rima com modal e ninguém mais vai achar que fica mal. O negócio é preço baixo e encontrar uma maneira eficiente de derrubar a nobreza vegetal (ou o seu produtor), com todos os seus títulos classificatórios e o complô mais eficiente pode ser a Jabuticaba. Isso mesmo, eu pesquisei.
Pesquisem minha gente, sem pesquisa no São Google, todos nós ficaremos parados no tempo. Já dizia um velho “amigo” meu por aqui que sumiu.
Portanto, Viva a jabuticaba. Eu estou cansado de ser chamado de ladrão pelos feirantes, e aliás eu nem os conheço tão bem para vomitar adjetivos pejorativos como replicante. São palavras dos meus amigos e clientes distribuidores que me contam que eles chegam nas lojas xingando Deus e todo mundo e dizendo que as tecelagens estão roubando. Ora, eu sequer tenho algo a ver com isso diretamente. Sequer sei plantar um pé de angu, quanto mais uma fibra nobre, bonita, sedosa, garbosa.
Como dizia meu velho pai socialista subversivo – “você é um candidato sério a se tornar um parasita da sociedade” e foi assim que me surgiu a idéia de escrever aquele poema que aqui publiquei: “ Eu sou, mas quem não é?” Um pequeno burguês exitante (rsss) – Na próxima semana, eu o republicarei, para quem não o tenha lido. Garanto-lhes no entanto que jamais me escondi atrás de sofismas milenares para roubar gravatas em Shoppings.
Não se assustem, a Jabuticaba que chega com as chuvas de agosto vai ser objeto de estudo na Embrapa, ou do staff cientifico do campus da Universidade de Campinas ou outros órgãos do governo que estão sempre “pesquisando” alguma coisa e já já eu explico o titulo do meu texto – Naftalina.
Essa fruta negra, deliciosa e gostosa, por ser abundante nessa época e assim coincidindo sua colheita com a safra do algodão, pode se tornar um entrave à especulação no preço, desde que os apanhadores resistam a idéia de devorá-la. Pode ser em num tempo bem curto, a Jabu se torne a 4ª.maior cultura mundial e com a vantagem de não precisar ser subsidiada e o algodão passaria a figurar em 5º. Lugar.
A Jabuticaba tem ainda a vantagem de possibilitar um sub-produto melhor que o algodão, pois óleo engorda e o vinho de jabuticaba pode equilibrar a balança com a França e Argentina e é uma bebida saudável. Alguns cientistas das maiores universidades dos EEUU, (que me desculpem os nacionalistas mais exaltados, tem que ser dos EEUU, pois eles são os melhores e mais modernos, né?) estão fazendo experiências e testando vasilhames cuspidores e desinfectadores do liquido branco da jabuticaba pois ninguém mais vai querer engulir o caroço que passa a ter peso de ouro no contexto que se desenha com essa descoberta fantástica.
Surge então a idéia de mais um sub-produto, que seria o Jabutigel para que se evite a transmissão da AIDs pelo contato do tecido com a pele. Antecipo aqui, essa pode ser a matéria do Fantástico (da Globo, claro) no próximo domingo. Eu perdi contato com esse “amigo” meu, jornalista em Londres, mas certamente ele me daria melhores informações já que ele aprecia muito acompanhar esse tipo de trabalho nas universidades de lá, cujos cientistas adoram reunir grupos de pessoas e ficar observando seus hábitos, comportamentos e reações por assim dizer à certas descobertas inéditas, como essa da jabuticaba que evoluiu de forma fantástica de xarope a fio para tecidos finos.
Os fios resultantes dessa nova “pesquisa” terão uma coloração “bronzeada” o que deve agradar ao excelentíssimo Sr. Presidente da ex-maior e ex-mais poderosa nação do mundo, o tal Obama, que nos visitaria com todo seu aparato de segurança e como a gente não pode exportá-la pois é considerada um bem perecível e de rápida deteriorização, com certeza com o tratamento que a transforma numa fibra resistente poderemos fazê-lo com o sofisticado nome de Seridojabu, o fio nobre de Sabarabussú (rssss), uma cidadezinha Mineira grande produtora. Se Obama não agradar da idéia, a gente o deporta e o acusa perante um tribunal internacional, de preconceito contra povos sub-desenvolvidos que transformam a matéria prima em seu próprio território, contrariando interesses econômicos da potencia ocidental colonizadora e repressora. Os Chinezes serão nossos fortes aliados nessa ação judicial no tribunal de Haia que eu sequer sei se funciona ainda pra essas questões. Vamos ter que ficar de olho nos capitalistas Japonezes que evidentemente vão querer registrar patente desse nome Seridojabu e jabutigel.
Vai ser o luxo no lixo, ou vice-versa e o profeta Joãozinho Trinta, cantou essa pedra de forma sutil, numa dessas exaltações do samba. Ele hoje com certeza desfilaria com uma camisa de pano de prato, no lugar do cetim e o seu carro alegórico se chamaria com certeza Gossypium spp x Myciaria cauliflora., mas entrando no lugar a fibra do Seridojabú, tudo se equilibraria. (Seridojabú, bom esclarecer, seria uma espécie de fibra longa (tipo 4) da Jabuticaba e o proprietário de uma usina de açúcar falida e que não pagou suas dividas ao BNDEs, que pode até ser da Zona da mata Mineira, já registrou a patente desse nome e como se trata de um projeto salvador ele vai sem dúvida obter um novo financiamento e sua divida anterior fica quitada pelo alto alcance social do projeto. (Isso se o FHC for reeleito em 2014, através de seu Atual escudeiro Aébrio Never. Esse Garoto seria assim como um Presidente suplente, contrariando a vontade do Serrinha.
A vantagem da fibra Seridojabú seria ampliada com a fabricação de algodão hidrófilo que poderia ser engolido como algodão doce com gosto da fruta e dessa maneira os anseios de meu amigo Antoine se tornariam realidade.
Que o meu dileto e prezado colega Nilo Antunes Naime (membro dessa comunidade e discípulo de Antoine) não leia isso aqui, pois hoje estou com a macaca revivendo os tempos em que eu escrevia num jornalzinho chamado “tramas & urdumes, batidas de fofocas penteadas de humor”.
A bem da verdade, tive um pesadelo essa noite, ouvindo vozes de vários gerentes de vendas ao mesmo tempo fazendo o coro da revolta. Um deles apareceu de tanga (aquela mesma usada pelo Tarzan, conseqüência imediata da crise) e me disse em tom ameaçador: “Essa tabela que passei ontem pela manhã, já não vale mais nada” – corrija todos os seus pedidos com um acréscimo de dez por cento, pois somente ontem o algodão subiu novamente 20%.
– Mas chefe…
– Não me interrompa e ouça a voz do diretor que conclama a todos os representantes se matricularem num curso rápido de “Gestão de custos”. Já me adiantaram que o gestor já pensa em sugerir ao Governo Federal medidas drásticas de como conter o desperdício de fibras que inclui prisão sem direito a fiança para gerentes de postos de gasolina que usarem estopas na limpeza e todas as industrias de bonés ficam intimadas a dispensarem a sarja e outros tecidos, sendo permitido de agora em diante apenas o uso do TNT que se estenderão às fabricas de bonecas e Pets, pois brinquedos de plástico não sentem os efeitos da temperatura e cães não precisam de adornos tão macios. Já imaginaram minha colega colunista Marina Rodrigues vendo seus cãezinhos sendo agasalhados em mantas de TNT? Vai ser um Deus nos acuda. Pior mesmo será para os indigentes, pois os cobertores famosos “sapeca neguinhos” arranharão o corpo muito mais, porque o poliéster misturada às impurezas do algodão ficarão super alérgicos.
Por outro lado…
É bom que todos pensem em alertar os fornecedores de algodão de que o consumidor não gosta muito de pressão e tudo tem um limite. Vai haver um momento que pode ser de repente, em que ele vai escancarar o guarda roupas e vai usar tudo que lá está com ou sem cheiro de naftalina.
Que ninguém duvide disso e aguardem a dupla ressaca pós inverno– a do álcool e a do nosso querido algodão que nesse momento vive um clímax que já não se justifica quando as remarcações de preço entram na fase dolorosa da especulação desenfreada e defensiva com critérios de custo jogados na cesta de lixo pelo medo e pavor mesmo que justificados. É desse jeito que a inflação inicia seu ciclo menstrual de deflação e passa a se chamar a triste desova.
Os terroristas de plantão continuam por aqui fazendo a farra da retórica, das estatísticas e termos sofisticados, mas não nos esqueçamos que dinheiro não é igual a voto – Não se desperdiça – Essa é a diferença. Minha tanga está com cheiro de naftalina para dar exemplo, mas minha corda não é um cipó e sim de sisal, matéria prima nacional.
E pra não dizer que não pesquiso, eis alguns números interessantes:
Fonte de pesquisa
www.netafim.com.br
1-350 milhões de pessoas ligadas ao plantio do algodão.
2-Suas sementes são ricas em óleo (18 a 24%) e proteínas (20 a 40%)
3-Seu nome cientifico – (Gossypium spp.)
4-A China consome 40% da produção mundial (o que não é novidade pois tem também igual
percentual da população ou perto disso) – *
5-Egito e Austrália, produzem o melhor algodão do mundo (O primeiro vivendo uma guerra
civil, o segundo acaba de passar por uma catástrofe natural)
6-O algodão é a mais importante fonte de receita para os seguintes paises exportadores:
**Burkina Fasso, Benin, Uzbequistão, Mali, Tajiquistão, Costa do Marfim, Cazaquistão, Egito e Siria
7-Custos mais baixos de produção – Austrália, China, Brasil e Paquistão
8-EUA e Israel tem o maior custo de produção do mundo. (pelo que sei pedantismo também é valor agregado. Rsss).
9-Os principais exportadores são EUA, Uzbekistão, Brasil e Austrália.
10-O Algodão está entre as quatro culturas mais importantes de produção de fibras. Será ultrapassado pela Jabuticaba em pouco tempo (rssssss).
11- Área mundial de cultivo – 34,8 milhões de há (China, EUA e India, os principais produtores mundiais (60%).
12-Cerca de 53% do algodão produzido no mundo é subsidiado (um fato meio estranho) principalmente se
considerarmos paises exportadores – Subsidiar lucros ?
13-Paises que subsidiam : EUA, China, Grécia, Espanha, Turquia, Brasil, México, Egito e Índia
14-Algodão é cultivado em mais de 100 paises, representando 40% do mercado de fibras.
* – Pelo que sei, Chineses sequer fazem “streep tease”.
** – Pesquisando, realmente a gente aprende, não passa por vexames e leva sustos: Eu nem sabia que exisia um País com esse nome.