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O vendedor de toldos

O VENDEDOR DE TOLDOS,

QUE AINDA NÃO SABE QUE VAI FALIR.

 

Liguei semana passada, para uma empresa de toldos próxima de minha residência e falei com a pessoa que me atendeu (que me pareceu ser o proprietário).

Eu disse que precisava de alguém que trocasse a lona do toldo sujo e desgastado (que tenho em minha área de lazer e garagem alternativa), estudando eventualmente um orçamento com opção para aumentar a sua estrutura. Minha pretensão seria que ele ficasse com um tamanho mais adequado, ou seja, ao invés de 11,00m x 2,20, meu desejo seria transformá-lo em 11 x 4,5 um tamanho mais abrangente, pois a chuva vai chegar novamente, etc, tudo dependendo do custo, claro. Fiz isso com base no fato de que ele havia instalado aqui o meu velho toldo e parti do pressuposto que ele teria satisfação em atender o seu cliente, enfim, dar a manutenção.

E Julgava também até que, nesse momento de “crise” em que o dinheiro anda curto, quando supostamente todos se desdobram na excelência do atendimento, ele poderia até reconhecendo um velho cliente, beneficiar-me com um preço mais razoável.

Que nada, a pessoa me ouviu atentamente do outro lado, muito atencioso, me disse francamente que lá, eles somente fabricavam toldos novos, sob medida e não faziam reformas. “Podemos arrancar tudo que está aí, e colocar um novo, só isso”, hoje não compensa fazer reformas pois o serviço não fica bom e a gente fica ouvindo reclamações improcedentes.

Fiquei espantado com a resposta, pois aquele pequeno empresário poderia fazer a reforma considerando que tecnicamente ele não fugiria um centímetro de sua especialidade e nada daquilo que ele disse fazia sentido nesse caso especifico, pois o toldo é feito de apenas dois componentes, uma estrutura metálica e o material que reveste. Ao se negar peremptòriamente a atender-me, deu uma prova de incompetência na gestão de seu negócio e com certeza perdeu um cliente.

Ouvir uma resposta assim, me vem a certeza de que, se uma empresa dessas não desaparecer em pouco tempo é porque não tem concorrentes e com certeza o espaço está aberto, ou então alguma coisa está errada, algum fenômeno no sistema que foge à minha compreensão e que permite que pessoas incompetentes e que não enxergam um palmo à frente do nariz, continuem sobrevivendo, apesar de atitudes esnobes e anti-comerciais.

Lembro-me bem de um fato, do qual fui testemunha ocular, em que um proprietário de uma pequena oficina de marcenaria, recebendo um cliente que desejava consertar o pé quebrado de uma cadeira, também recusou tal empreitada, porquanto “não estava ali, para fazer remendos”. Em pouco tempo chegou uma grande lição de vida onde o pobre marceneiro sem serviço mesmo sendo o melhor profissional da cidade tentou pegar as instalações novas de uma grande farmácia que seria inaugurada e quando foi se apresentar para saber os detalhes para fazer o orçamento deparou-se com aquele que havia quase lhe implorado que lhe arrumasse a cadeira.

 

Claro que o dono da farmácia, colocou o tal marceneiro pra fora.

Moral da história…

Se você tem uma pequena empresa, nunca faça pouco caso das pequenas oportunidades que surgem, porque aquela pessoa que foi lhe “aborrecer” com porcarias pode ser o grande empresário que jamais lhe dará a oportunidade de um grande negócio. Os serralheiros também de uma maneira geral cometem esse tipo de erro, você pede para desempenar um portão e uma pequena solda, eles se negam e esquecem o fato de que amanhã a mesma pessoa que o procurou pode construir um galpão de 500 m2 e dar a ele a oportunidade de fazer toda cobertura.

 

Faz-me lembrar do estilo Norte Americano, onde o dinheiro que esbanjavam (fortíssimo poder aquisitivo) ampliou a teoria do descartável.
De tanto jogar fora, de tanto se esquecerem de que o resto do mundo não se sujeitaria a se transformar na grande lixeira do Tio Sam, estão arrotando choco e poluindo a mente de povos que sempre foram especialistas em alternativas inteligentes, como sempre foi o caso do nosso Brasil, que sempre usou humildemente os recursos da “gambiarra”.

Não podemos nos envergonhar de prestar serviços de reformas, mesmo porque o meio ambiente agradece, quanto mais você puder tornar o seu bem durável, mais durável ainda, que seja assim melhor pro seu bolso e também para gerar emprego daqueles que se dedicam a esse trabalho que requer a inteligência do MacGyver. Aliás, esse filme do Macgyver produzido por Hollywood parece não refletir a cultura do Norte Americano atual.

E você, quantos chuveiros “estragados” tem naquele quarto de despejo de sua casa? Esqueceu-se de como se troca uma simples “resistência”? Joga fora, porque custa barato e compra um novo?

 

E aquela camisa de fio tinto linda, que você adora, mas que de tanto lavar ficou com o colarinho danificado, você tem vergonha de levar no alfaiate e pagar R$10,00 para invertê-lo?