SÃO PAULO – A polícia paulista está se preparando para o quarto protesto contra o aumento da tarifa do transporte urbano, marcado para as 17h desta quinta-feira, 13, com policiais extras e criando meios para prender mais manifestantes por eventuais atos de vandalismo. No protesto de terça-feira, 11, houve confronto entre manifestantes e policiais.
A Polícia Militar filmará a ação por meio do sistema Olho de Águia, que inclui imagens de helicópteros e câmeras espalhadas pela cidade. Os PMs que estiverem pelas ruas do centro também contarão com câmeras. As imagens serão usadas como provas em eventuais processos judiciais e também serão encaminhadas para o Ministério Público.
A Polícia Civil pretende infiltrar agentes no meio do protesto, também com o objetivo de responsabilizar criminalmente quem fizer quebra-quebra. Nesta quinta-feira, 13 pessoas continuavam detidas pelos protestos. A estratégia da polícia para manter os manifestantes presos é enquadrar quem cometer vandalismo por formação de quadrilha, o que tem gerado discussões.
Também haverá a presença de policiais extras, retirados do trabalho administrativo para reforçar o policiamento do centro. De acordo com o major Marcel Soffner, porta-voz da PM, no último protesto quem fez o papel de dispersar os manifestantes foi a Força Tática do centro. A Tropa de Choque não foi utilizada. Se necessário, eles podem reforçar o efetivo do evento. O objetivo da PM é deixar faixas livres para a circulação de veículos e impedir que os manifestantes bloqueiem vias vitais para o tráfego da cidade, como as Marginais do Tietê e do Pinheiros.
Sem controle. Líderes do Movimento Passe Livre (MPL) reconheceram, em reunião de conciliação na sede do Ministério Público do Estado na quarta-feira, que não têm mais controle sobre a massa que participa dos protestos contra redução das tarifas de ônibus, trem e metrô. O Ministério Público se comprometeu a enviar ao governador Geraldo Alckmin e ao prefeito Fernando Haddad a proposta de suspensão do reajuste por 45 dias. Em entrevista à TV Estadão, Caio Martins, representante do Passe Livre, disse que manifestações só param quando tarifa baixar.
Também na quarta, Alckmin e Haddad, que estavam em Paris, criticaram as depredações durante a manifestação. Para o governador, a destruição foi provocada por “vândalos e baderneiros”. “São pessoas inconformadas com o Estado democrático de Direito”, disse Haddad.
O protesto de terça-feira terminou com 85 ônibus depredados, segundo a SPTrans, e um prejuízo de R$ 36 mil causado pela destruição de vidros da Estações Trianon-Masp do Metrô.
EStadão