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Reconcilia-te Primeiro

Uma das grandes dificuldades do ser humano, não hoje como sempre é se desfazer de suas imperfeições, já que estas de tão familiares parecem já fazer parte de seu ser e assim se tornam quase impossíveis de se distinguirem entre as suas virtudes reais, de ser criado para a perfeição, e defeitos adquiridos pelos seus próprios méritos ao longo da caminhada.

 

Talvez pos isso tenhamos que estar constantemente ouvindo e lendo coisas que nos façam refletir sobre essa melhora moral .

 

Um grande amigo meu, que freqüenta um grupo de apoio, me disse que uma vez que lá eles “compartilham” , usam essa palavra compartilhar , não  tem a pretensão de ensinar nada ou um ser mais que o outro, eles simplismente compartilham as experiências que tem na vida e que podem servir de auxilio a outros que por sua vez possam passar ou já passaram por algo semelhante .

 

Então, resolvi compartilhar com vocês uma das minhas grandes dificuldades, e principalmente como tenho feito para trabalhar com ela, e onde tenho buscado a força e o caminho para seguir e tentar mudar quando a imperfeição tão familiar e tão comum já não parece tão fácil assim de carregar…

 

É muito comum ouvir hoje em dia que estamos “carecas” de saber os ensinamentos  de Jesus, mas é indiscutível que entre saber e fazer a distância é tão grande quando as extremidades da terra .

 

E se tratando disso vamos trabalhar hoje com um tema que estamos “carecas” de saber, mas ainda temos uma enorme dificuldade de vencer perante ele que é o PERDÃO.

 

Creio que tudo que se vê hoje de negativo, e é muito citado também no evangelho, parte diretamente do ORGULHO E EGOISMO , que ao invés de colocarmos como NOSSO , colocaremos como O orgulho e O egoísmo, coisas a parte que podemos nos livrar se nos esforçarmos e trabalharmos dia após dia .

 

E tudo começa no orgulho e no egoísmo , por orgulho nos sentimos melhores que os outros, somos arrogantes, nos fazemos de forte quando as vezes precisamos de ajuda.Por egoísmo caluniamos sem pensar no outro, na dor do outro, e criamos a partir daí uma situação muito comum em nossas vidas, os laços “NEGROS”, de ódio, magoa, rancor, tristeza que temos com tantos irmãos nossos, nessa e quem sabe até em outras existências.

 

O dia que eu descobri que a chave do meu sofrimento estava em mim, tomei um choque, como aquele que se toma quando descobre que Papai Noel não existe .Que aquilo que eu remoia era fruto do meu orgulho e não da ofensa que foi dirigida a mim a certo tempo atrás.

 

E tudo começa com o retomar da consciência, quem já tem a consciência do que tem hoje em seu intimo e do que precisa jogar fora por não fazer parte de seu ser, este é um privilegiado pois muitos de nós podem passar a vida achando que o problema não era com ele. 

Todos nós se paramos por um minuto que seja e dedicar-mos a lembrar de coisas que nos foram feitas e que nos magoaram profundamente e talvez nos magoem até hoje, talvez um minuto fosse pouco… Mas será que teríamos a mesma facilidade de recordar daquilo que nós fizemos ao nosso semelhante?Será que conseguiríamos perceber as vezes que ofendemos, que humilhamos, que fomos sem educação, sem paciência?

 

O primeiro passo para perdoar é se colocar na condição do outro e talvez o mais difícil passo, o primeiro… Assim como para andar o primeiro passo é o mais difícil, se colocar na condição do outro ao meu ponto de vista é o passo mais difícil quando se decide perdoar.

 

 

Como se colocar na condição daquele que o ofendeu, já que se eu estivesse no lugar dele jamais teria ofendido ?   SERÁ?

 

Jesus nos dá um exemplo muito claro sobre esse aspecto quando conta em MATEUS  18  – 21 a 35

 

 

Então Pedro, aproximando-se dele, disse: Senhor, até quantas vezes pecará meu irmão contra mim, e eu lhe perdoarei? Até sete?

Jesus lhe disse: Não te digo que até sete; mas, até setenta vezes sete.

Por isso o reino dos céus pode comparar-se a um certo rei que quis fazer contas com os seus servos;

E, começando a fazer contas, foi-lhe apresentado um que lhe devia dez mil talentos;

E, não tendo ele com que pagar, o seu senhor mandou que ele, e sua mulher e seus filhos fossem vendidos, com tudo quanto tinha, para que a dívida se lhe pagasse.

Então aquele servo, prostrando-se, o reverenciava, dizendo: Senhor, sê generoso para comigo, e tudo te pagarei.

Então o senhor daquele servo, movido de íntima compaixão, soltou-o e perdoou-lhe a dívida.

Saindo, porém, aquele servo, encontrou um dos seus conservos, que lhe devia cem dinheiros, e, lançando mão dele, sufocava-o, dizendo: Paga-me o que me deves.

Então o seu companheiro, prostrando-se a seus pés, rogava-lhe, dizendo: Sê generoso para comigo, e tudo te pagarei.

Ele, porém, não quis, antes foi encerrá-lo na prisão, até que pagasse a dívida.

Vendo, pois, os seus conservos o que acontecia, contristaram-se muito, e foram declarar ao seu senhor tudo o que se passara.

Então o seu senhor, chamando-o à sua presença, disse-lhe: Servo malvado, perdoei-te toda aquela dívida, porque me suplicaste.

Não devias tu, igualmente, ter compaixão do teu companheiro, como eu também tive misericórdia de ti?

E, indignado, o seu senhor o entregou aos atormentadores, até que pagasse tudo o que devia.

Assim vos fará, também, meu Pai celestial, se do coração não perdoardes, cada um a seu irmão, as suas ofensas.

 

 

Jesus mostrou claramente como deveria ser a nossa visão de perdão, da mesma forma que o outro erra conosco nós já erramos com alguém, e da mesma forma que queremos ser perdoados , nós devemos perdoar .

 

A oração que Jesus nos ensinou também nos fala quando rogamos a Deus pai perdoa as nossas ofensas assim como nós perdoamos a quem nos ofende,já deixamos bem claro que Deus deve nos tratar como tratamos o nosso semelhante ,apesar de não ser necessária a intervenção de Deus como do senhor citado na parábola que joga o servo a prisão pelo fato de que as leis de Deus em sua perfeição já nos da a oportunidade de sanar aquilo que fazemos uns com os outros através de nosso convívio durante nossas existências .

 

Nessa linha de raciocínio fica claro que só depende primeiro de nós o perdão tanto do outro quanto o nosso. Um trabalho intimo de aceitação de nós mesmo, de aceitação da cituação e colocação de igualdade com seu próximo para que possa compreender o que se passou , por que se passou e principalmente por que aquela magoa , aquele ódio ou ressentimento criado naquele momento de desavença precisa ser desfeito .

 

Temos a mania de usar a frase nada justifica de forma muito racional quando se trata do outro, mas quando somos colocados a nos justificar, temos muitas formas de esclarecer nossas imperfeições e florear os nossos erros.

 

Na justiça de Deus tudo vai da intenção e toda boa vontade e boa intenção é muito bem vinda quando vem do coração de forma sincera e verdadeira.

 

Jesus veio aqui nos ensinar de forma linda e clara e que até hoje é lembrada por todos nós, onde no momento em que é crucificado roga a seu pai que perdoe a todos os que estão ali naquele momento por que eles não sabem o que fazem. Jesus com sua evolução conseguiu até o fim ter a resignação e manter deu coração puro, livre de qualquer magoa ou ódio por aqueles que o faziam mal, e assim saiu dali com seu ser limpo e iluminado .

 

Todas essas colocações feitas hoje é somente para nos lembrar daqueles a quem fizemos mal e precisamos ainda pedir perdão, é para lembrar daqueles que nos fizeram mau e que ainda precisam do nosso perdão, é na verdade para nos convidar a desfazer os laços “NEGROS” que criamos e nos libertar-mos dessas marcas, para que possamos seguir curados dessas chagas .

 

Para finalizar é necessário colocar que somos todos filhos Deus e que não estamos sozinhos, para nos da força temos nosso anjo guardião, designado por Deus em sua infinita misericórdia, que nos intui a todo instante para que possamos seguir o caminho do bem e vencer as nossas lutas. Temos amigos encarnados, temos família de sangue ou não, temos o conhecimento, do evangelho, de Jesus que por tantas vezes nos conforta e nos dar um norte em nossas vidas, temos bons momentos em nossa memória, temos oportunidades de fazer o bem, de receber o bem em nosso dia-a-dia, temos saúde, temos vida, então por que nos prender ao ódio, ao rancor, as coisas tristes que por misericórdia de Deus são apenas passageiras em nossas vidas, por que sofrer por diversas vezes por coisas que nos bastaria sofrer apenas uma para aprendermos de coração aquilo que aquela situação veio nos trazer. Muitas vezes a dor se multiplica pela importância que damos a ela, ao passo que se nos livrássemos dela de imediato, ela seria mais uma dor que veio e passou e não como uma chaga que corrói e parece que só vai cessar quando não restar mais nada.

 

Sejamos otimistas, para que possamos acreditar que nenhuma dor é eterna, e que tudo passa.

 

“É preciso plena consciência e vontade para a autoeducação e para a reforma interior.”

 

O que levou séculos para alojar-se no espírito não vai sair no piscar de olhos, mas não vai permanecer para sempre, pois a evolução é uma lei de Deus, e por isso desistir não é possível ,caminhar é indispensável, e o primeiro passo só depende de nós.

 

Aceitar que erramos e que somos todos iguais já é um grande começo, facilita o julgamento que fazemos de nós e dos outros e ajuda no primeiro passo em busca de dar e receber o perdão. Precisamos uns dos outros, isso é fato, então que possamos caminhar mais que lado a lado e sim juntos, para que a caminhada seja mais proveitosa e o fardo de todos seja mais leve.

 

Então quando nós rogarmos a Deus que nos perdoe assim como nós perdoamos aos que nos ofende, essa afirmativa soará como um sincero pedido de perdão para aquele que um dia perdoou alguém.