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Semsa realiza planejamento para leishmaniose e dengue

Com a aproximação do período de chuvas e o consequente aumento da incidência dos casos de dengue e leishmaniose em função da acumulação de águas e reprodução dos vetores, o coordenador de Zoonoses, Reinaldo Fabri, organizou reunião nos dias 22 e 23, no auditório da Secretaria Municipal de Saúde (Semsa), para planejar as ações de prevenção e controle das doenças no município, em conjunto com os agentes de endemias.

 

Foram repassadas, no primeiro dia de curso, informações acerca do trabalho de controle dos vetores e de seus criadouros, do quadro epidemiológico do estado e do município no ano de 2013, e do papel da supervisão no contexto do Projeto de Fortalecimento da Vigilância em Saúde.

 

As ações do segundo dia tiveram a participação da médica veterinária Clarissa Balbi, referência municipal em saúde ambiental. Clarissa destacou a ocorrência da leishmaniose visceral em humanos e em animais, e discorreu sobre a importância dos agentes no trabalho de controle dos mosquitos flebotomíneos, conhecidos popularmente como mosquito palha.

 

O planejamento acontece em momento estratégico para o município, que se prepara para iniciar o trabalho de inquérito sorológico canino para reduzir os riscos de transmissão de doenças mediante controle da população de reservatórios e do agente transmissor através da vigilância entomológica e da vigilância canina.

 

Leishmaniose Visceral

 

A leishmaniose visceral, também conhecida como calazar, esplenomegalia tropical e febre dundun, é uma doença causada pelo protozoário tripanossomatídeo leishmania chagasi. É transmitida por vetores da espécie lutzomia longipalpis e lutzomia cruzi – mosquitos de tamanho diminuto e de cor clara, que vivem em ambientes escuros, úmidos e com acúmulo de lixo orgânico (ex: galinheiros). Suas fêmeas se alimentam de sangue, preferencialmente ao fim da tarde, para o desenvolvimento de seus ovos.

Pessoas e outros animais infectados são considerados reservatórios da doença, uma vez que o mosquito, ao sugar o sangue destes, pode transmiti-lo a outros indivíduos ao picá-los. Em região rural e de mata, os roedores e raposas são os principais; no ambiente urbano, os cães fazem esse papel. Quanto a este fato, podemos entendê-lo ao considerarmos a proximidade que estes animais têm com a nossa espécie e que nem todos, quando infectados, apresentam os sinais da doença (emagrecimento, perda de pelos e lesões na pele).

Indivíduos humanos apresentam febre de longa duração, fraqueza, emagrecimento e palidez comosintomas. Fígado e baço podem ter seu tamanho aumentado, já que a doença acomete estes órgãos, podendo atingir também a medula óssea. O período de incubação é muito variável: entre dez dias e dois anos.

Doença endêmica em 62 países, no Brasil são registrados cerca de 3000 casos por ano, sendo que mais de 5% dos acometidos vão a óbito, cerca de um ou dois anos após o surgimento dos sintomas: grande parte em razão da falta de tratamento.

 

Diagnóstico e prevenção

Para diagnóstico, exame de sangue para análise de anticorpos específicos, punção – com inoculação do material em cobaias – ou biópsia dos possíveis órgãos afetados são as principais formas de confirmar a presença do patógeno. O tratamento é feito com fármacos específicos, distribuídos pelo governo em hospitais de referência.

Medidas de prevenção e controle ainda não foram capazes de impedir a ocorrência de novos surtos do calazar. Entretanto, usar repelentes quando estiver em região com casos de leishmaniose visceral e armazenar adequadamente o lixo orgânico (a fim de evitar a ação do mosquito), além de não utilizar agulhas utilizadas por terceiros, são medidas individuais que diminuem a probabilidade de ser contaminado. Vale ressaltar, também, que existem repelentes especiais para cães, evitando que sejam picados pelos Lutzomia.

 

* com informações do portal Brasil Escola