São Paulo. O líder do governo na Câmara, Arlindo Chinaglia (PT-SP), afirma que dos cerca de 400 deputados filiados a partidos governistas, apenas cerca de 150, ou 37%, podem ser contados como realmente fiéis ao Palácio do Planalto. Nesse cálculo, estão apenas os congressistas de quatro siglas que têm uma “identidade ideológica, política, com o governo”, declarou Chinaglia, em entrevista ao “Poder e Política”, programa da “Folha de S.Paulo” e do portal UOL.
Para ele, essas legendas são “de esquerda e centro-esquerda”: PT, PSB, PDT e PCdoB. A identificação das agremiações com a administração da presidente Dilma Rousseff se dá “do ponto de vista histórico, do ponto de vista de enfrentamento nas lutas sociais”.
Os quatro partidos apontados por Chinaglia têm, juntos, 154 deputados. Somadas outras seis siglas que apoiaram a eleição de Dilma em 2010 e duas que se alinharam ao governo depois, o bloco chega a 401 cadeiras na Câmara.
A maioria vota com o governo, mas nem sempre. Um levantamento feito pela “Folha” no fim de 2011, primeiro ano do mandato de Dilma, indicou uma taxa de fidelidade de 87% na bancada governista, inferior à alcançada por seus antecessores no cargo. O PMDB, principal aliado do Planalto, não é colocado no núcleo duro de apoio. “O PMDB ajuda e atrapalha, às vezes, como qualquer partido da base”, afirma Chinaglia.
Articulação. Apesar da maioria formal no Congresso, o governo Dilma sempre enfrentou dificuldades para vencer algumas disputas relevantes, coletando derrotas nas votações do Código Florestal e na lei sobre os royalties do petróleo.
Mesmo quando há uma vitória, ocorre desgaste. Foi o caso da votação, em maio, da medida provisória que trazia novas regras para modernizar os portos do país.
Chinaglia cita dois motivos que dificultam a articulação política do Planalto. Primeiro, o tamanho diminuto do chamado núcleo duro de apoio (os 150 deputados fiéis). Em segundo lugar, diz ele, a atuação de alguns ministros prejudica na hora de negociar com congressistas sobre uma medida provisória ou um projeto de lei.
“Não quero dar nome de um ou outro ministério. Mas eu já falei para a presidenta Dilma. Ela já deu essa ordem (para que os ministros se relacionem mais com os congressistas)”, disse.
PTB de Roberto Jefferson vai retornar ao “núcleo de apoio”
Brasília. O PTB, partido de Roberto Jefferson, delator do esquema do mensalão, aceitou o convite feito pela presidente Dilma Rousseff para voltar a participar do governo federal, em acordo que pavimenta a aliança da legenda com o PT em 2014. O presidente do partido, ex-deputado Benito Gama (BA), será indicado para assumir a vice-presidência de Governo do Banco do Brasil.
Na mais recente eleição presidencial, em 2010, o PTB apoiou formalmente o ex-governador de São Paulo José Serra (PSDB), rival de Dilma.
Com a indicação de Gama, Jefferson, que é presidente licenciado da sigla, diz que o PTB fica “muito próximo” da petista na disputa de 2014. “Essa é a vontade da maioria do partido e das bancadas da Câmara e do Senado. Há pressão das bancadas, que continuam a se relacionar com o governo”, afirmou.
Sobre a expectativa de que o PTB assuma um cargo no primeiro escalão de Dilma, Jefferson garante que “nada está vinculado a isso”.
Pesquisa
CNT. A Confederação Nacional do Transporte promete divulgar, na terça-feira, os resultados de pesquisa sobre a avaliação da popularidade do governo e da presidente Dilma Rousseff.
Kassab
São Paulo. O ex-prefeito da cidade, Gilberto Kassab (PSD), diz que será candidato, dessa vez, ao governo de São Paulo. A meta é que haja candidaturas em todos os Estados possíveis.
Parceria. Segundo Kassab, 14 diretórios estaduais já se manifestaram pelo apoio a Dilma em 2014.
Minas. No Estado, o PSD rachou em 2012 e apoiou, formalmente, o prefeito Marcio Lacerda.Um grupo, no entanto, apoiou o petista Patrus Ananias.