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SUPERSTIÇÃO, AGROTÓXICOS E FALTA DE CONSCIENTIZAÇÃO PROVOCAM A EXTINÇÃO DE ANIMAIS E VEGETAIS

 Ameaça da extinção pende, atualmente, sobre milhares de espécies animais e vegetais dos nossos dias. Trata-se de um problema que deriva principalmente da destruição dos habitats em que eles vivem e onde interagem com outras espécies. Existem diversas razões para que determinada espécie passe a integrar a já demasiada longa lista de espécies em extinção. A destruição dos habitats naturais é a mais importante.

As razões primárias para as alterações velozes em habitats naturais prendem-se com a atividade humana. Quase todos os pontos do planeta sofreram com a nossa intervenção, especialmente ao longo do século XX. A perda de micróbios nos solos fundamentais para a sobrevivência das florestas tropicais, a extinção de peixes e outras espécies aquáticas em habitats poluídos e as alterações climáticas não passam de resultados mais ou menos imediatos da atividade humana.
No caso das florestas tropicais, além da perda dos nutrientes que as sustentam, o homem prioriza uma atividade madeireira desregrada, que tem resultado, em última análise, na depleção dos recursos das florestas e, consequentemente, na destruição do habitat natural de milhões de animas e plantas. O plantio de eucalipto é o mais comum.

Nesta cadeia desnivelada, o homem é o predador nato e tem agindo impulsivamente, sempre com a ganância de ter e poder ter mais. Em busca de produzir alimentos mais rápidamente, sem se preocupar com a saúde do planeta, o homem usa agrotóxicos para combater pragas, quando poderia usar “poções mágicas de extratos naturais”. Mas, a sanha avassaladora pela riqueza acaba gerando uma regra dura, com a consequente extinção de abelhas. Sem a polinização, muitas espécies vegetais estão desaparecendo.

As espécies animais e vegetais sofrem, ainda, de doenças e poluição. No primeiro caso, podemos recordar o que aconteceu com as populações humanas indígenas da América, quando das conquistas europeias daquele continente. A falta de defesas genéticas contra doenças consideradas menores na Europa dizimou as populações. E o mesmo acontece com os animais.

A raiva, por exemplo, que foi erradicada da Europa é, neste momento, um dos grandes problemas que afeta os animais carnívoros do leste africano: os animais domésticos transmitem as doenças aos animais selvagens e os primeiros chegaram à África pela mão, mais uma vez, dos humanos.

Agora, veja esta receita: uma pitada de pó de osso de chimpanzé, a saliva de um lagarto ou um pedaço de cérebro de um urubu. Não são ingredientes da poção de Madame Min ou Maga Patológica, mas provenientes da superstição de seres humanos para cura de doenças. Aí, os bichos vão sendo dizimados, sem que haja comprovação médica dos efeitos. Por exemplo: chifres de rinocerontes para cura de câncer. Em 1960, cerca de 100 mil rinocerontes negros viviam na África. Em 2016, havia menos de 28 mil.

Quando eu era adolescente em São Pedro dos Ferros, me ensinaram uma receita supersticiosa de que a menina ficaria com você, desde que usasse o pó de pés de anu-preto depois de torrados na chapa do fogão de lenha. O pó seria jogado na pegada da menina, que tinha que estar descalça. Foram vários anus-pretos que ficaram sem o pé esquerdo. Resultado: a menina não me quis, mas nunca ficou sabendo da minha atrocidade. Naquela época, claro!