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XIXI ECOLÓGICO DO CARNAVAL DE BH VAI VIRAR FERTILIZANTE

 O xixi, mijo ou urina, como queiram incomoda muita gente no carnaval. Mas, pode ajudar a natureza. Conforme divulgação da mídia de Belo Horizonte, pesquisadores do Departamento de Química da Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG) estão aproveitando a folia em Belo Horizonte para coletar urina que vai ser transformada em fertilizante. E olha que é xixi para cacete! Este ano, a capital mineira foi o 2º maior destino de turistas para participar da Folia de Momo. Só perde para o carnaval baiano.

A ação de aproveitamento do xixi é uma parceria entre a Empresa Municipal de Turismo de Belo Horizonte (Belotur) e a UFMG, intermediada pela Associação Comercial e Empresarial de Minas Gerais (ACMinas). Trata-se de uma ação piloto da universidade que desenvolveu uma tecnologia capaz de separar o fósforo presente na urina e reaproveitá-lo na agricultura. Sem ironia nenhuma: o homem do campo já faz isso há muito tempo

Durante a folia de BH, seis banheiros químicos terão recipientes próprios para esse processo de “filtragem”. A ação-piloto busca dar espaço e promover projetos inovadores e sustentáveis produzidos no campo do conhecimento cientifico, demonstrando a importância destas instituições acadêmicas no desenvolvimento econômico da capital mineira.

O xixi tem 300 mg de fósforo por litro. A expectativa é recolher 12 quilos de fósforo. O fósforo é um dos elementos químicos essenciais para o crescimento de plantas e tem papel fundamental na agricultura e em diferentes culturas. Também tem ampla utilização na indústria alimentícia como conservante. Boa parte do fósforo não obtido por meio da mineração está presente em efluentes sanitários, devido principalmente à presença da urina humana. Esgotos e estações de tratamento são verdadeiros depósitos desse tipo de elemento.

O material pode ser inserido em um recipiente próprio para utilização em banheiros e mictórios, também desenvolvidos na UFMG. Durante o carnaval, os banheiros com o dispositivo são plotados com uma identidade visual própria e contam com dois profissionais de apoio para explicar o projeto.

O material recolhido será levado para a empresa dos banheiros químicos e ficará armazenado até o fim do carnaval. Somente depois é que vai para o laboratório de química da UFMG, onde passa por desinfecção. Após desinfetado, o material é combinado a outros elementos para que possa ser utilizado em áreas verdes. Em Belo Horizonte, o material será destinado ao adubo do Jardim Botânico.

O químico Arthur Silva, que também é estudante da UFMG, conta que um material foi desenvolvido dentro do Departamento de Química da universidade, por meio de um núcleo de tecnologias ambientais, e servirá como uma espécie de esponja para absorver o fósforo proveniente da urina. Em formato de sachê, o material ficará submerso nos tanques dos banheiros químicos.