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Garimpo no Rio Piranga: afronta a lei e compromete a água que estamos bebendo!

Legenda: – Balsa estacionada no Rio Piranga, região do Brito, zona rural de Ponte Nova.

A licença fala em extração de areia e pedregulho, mas nunca foi visto caminhão buscando areia. Seria garimpo clandestino?!
De repente eu recebo uma ligação via WhatsApp. Não atendo. Não gosto de ouvir voz no celular e não faço ligações. Para ninguém. Digito texto ou gravo áudio no meu número. Trabalho com o WhatsApp ligado, onde recebo informações úteis como editor do Líder Notícias. Passada esta escaramuça, digo que retornei em áudio para o número que me chamou.

Ele retornou horas mais tarde denunciando que tem balsa garimpando ouro no Rio Piranga, na comunidade rural do Brito, nas proximidades da Usina do Brito. Que tem balsa garimpando ouro acima de Renato Marinho (Fazenda do Engenho) já é do conhecimento da Câmara de vereadores de Ponte Nova e da secretária municipal de Meio Ambiente, Marina Godoi, que também é presidente do Codema, sem ter sido eleita!

Essa benesse estapafúrdia, verdadeiro retrocesso ambiental, foi concedida pela legislatura passada da Câmara, que a atual não muda, mesmo tendo sido debatida em Audiência Pública, realizada pelo Legislativo, em 04 de junho de 2022, no jardim da Praça Cid Martins Soares, em Palmeiras. Ou seja: audiências públicas não resolvem nada! Servem, apenas, como palanque eleitoral!

O fato deveria ser investigado pela Câmara Municipal, pois a denúncia foi em 14 de outubro de 2022, por mim, durante Audiência Pública sobre a nova Lei de Meio Ambiente (plenário da Câmara), que só beneficiou grandes empresários e construtores e vai impactar violentamente o Rio Piranga, que ficará cada vez mais encaixotado na zona urbana. Em poucos anos, as enchentes serão maiores e mais violentas.

A questão do garimpo é coisa séria, pois fere a Lei Orgânica Municipal, em seu art. 265: é proibida qualquer atividade poluente, nos cursos d’água ou em suas margens, inclusive a atividade e prática de garimpo; e em seu art. 266: a exploração de recursos hídricos e minerais do Município não poderá comprometer os patrimônios natural, cultural e ambiental, sob pena de responsabilidade, na forma da lei.

Os garimpos ilegais, usam mercúrio em excesso para viabilizar a separação do ouro dos demais sedimentos, causam a contaminação dos peixes, a morte dos rios, a remoção da cobertura vegetal e, consequentemente, a fuga dos animais. Ponte Nova tem a captação de água do Rio Piranga e o nível de mercúrio pode afetar a qualidade da água.

O cara que me pede socorro contra o garimpo no Brito, eu dei o caminho: fotografar a balsa, encaminhe ofícios para a Semam (que tem obrigação de parar a exploração); para a Curadoria do Meio Ambiente e para a Polícia Militar do Meio Ambiente (PMMA). Disse a ele que não sou mais autoridade ambiental.

Na minha época, como presidente do Codema, fechamos e embargamos todas as balsas clandestinas de garimpo no Rio Piranga. Fazíamos diligências juntos: Codema e PMMA, em companhia do sargento Apolinário e depois com o cabo Miguel (depois sargento). Tem fotos no livro de Antônio Brant: “O Canto do Piranga, um Rio, muitas Histórias”, lançado em 2008!, com patrocínio do Codema, via Fundo Municipal de Meio Ambiente.

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